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terça-feira, 13 de setembro de 2011

As Melhores de Arnaldo Jabor. . . Parte 2

  
Por Arnaldo Jabor:

Ser ou Não Ser de Ninguém. . .

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta os braços, sorri e dispara: "Eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". . .


No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos dessa nova geração ´tribalista´ se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. 


Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.


Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. 



Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...




Arnaldo Jabor




2 comentários:

  1. Essa é uma das crônicas do Arnaldo que eu mas gosto, pois reflete a realidade dos dias atuais, onde somos meros reprodutores dessa sociedade que vende uma falsa ideologia de felicidade solitaria.

    Estando mais "vazios" estamos propensos aos terríveis maus do mundo, como as drogas, o alcool, a falta de amor e respeito para com quem seja. E vivaaa aos lunaticos, pré-seguidores dessa ridicula filosofia.

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